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Ângela
Ferreira
(n. 1958, Moçambique)

"Nas Belas Artes na Cidade do Cabo, a única materialização que existiu foi na forma de apresentações de slides, os ‘originais’ nunca chegavam lá”.

Nascida em 1958, em Maputo, Ângela Ferreira muda-se para Lisboa durante a Revolução de Abril, e mais tarde para a África do Sul onde estuda artes plásticas.
A obra de Ângela Ferreira encontra o seu ponto de partida numa certa busca pela verdade. Para isso ela realiza pesquisas em torno de arte, política, história e posicionamento cultural.
A verdade é um conceito que a acompanha e incomoda desde o percurso académico na África do Sul, onde vive em isolamento cultural, mas que no entanto perdura até depois de vir viver para Portugal.
Nos seus trabalhos artísticos, Ângela Ferreira parte de densas investigações, acompanhadas de residências de longa duração nos locais de interesse.
"Maison Tropical” parte de um projeto utópico concebido pelo arquiteto Jean Prouvé de criar habitação social nas colónias francesas com base numa estrutura pré-fabricada ideal para as condições climatéricas destes países.
Ângela procura os vestígios das únicas três casas que chegaram a ser instaladas, e que, apesar de nunca terem cumprido a sua função, são hoje reivindicadas pelo mundo ocidental, por serem exemplares únicos deste arquiteto modernista.
A casa, que deixa um vazio onde outrora existiu empreende uma viagem interminável para tentar reencontrar o lugar de pertença. Conta-nos assim a história de um objecto que carrega uma narrativa forte e pesada, mas que nunca se mostra como ele é: apenas a sua estrutura e os seus espaços vazios.

Palavras-chaves: reencontro, memória, geografia política, investigação.

REFLECTIR:
1-Debater/Interpretar a citação do/a artista;
2-Relacionar o conteúdo da citação e as referências biográficas com matérias disciplinares;
3-Associar as obras apresentadas a objetos, lugares ou vivências;
4-Elaborar uma síntese escrita a partir da reflexão individual e colectiva.

PROPOSTA DE ACTIVIDADE:
Visitar um bairro popular, no centro ou na periferia da cidade. Fazer uma reportagem, entrevistando os moradores, de modo a conhecer a história do bairro, comparando passado e presente. Recolher depoimentos. Questionar os mais velhos, os de meia-idade e os mais novos.
Fotografar o local e recolher o maior número possível de pontos de vista e de imagens (fotografar as pessoas apenas com a sua autorização).
Na aula, discutir a experiência. Na Internet, procurar mais informação relacionada com a história do bairro visitado. Selecionar os dados recolhidos e as fotografias. Fazer uma exposição do material: texto e imagens. Um artigo para o jornal da escola poderá completar a experiência.

Serralves
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