Bureau
d’Études
Uma cooperação como esta, entre os humanos, os animais, os vegetais, é da ordem da tecnologia de ponta.
É frequente esquecermo-nos de que a terra e as plantas que a cobrem, os animais que a habitam, também são seres técnicos, bem mais sofisticados que os complexos de chapa, cabos eléctricos e chips de silício que formam os computadores.
O Bureau d’Études é um colectivo artístico fundado em 1998, cuja produção parte da ideia de um comunismo da natureza, em que homens, animais e plantas partilham recursos – o mesmo ar, o mesmo sol, a mesma água – com um único objectivo de viver em conjunto.
Investigam acerca de formas de conhecimento autónomo, lidando com temas como redes de sistemas de dados, guerras biológicas ou movimentos de resistência globais.
Ao longo dos últimos anos, e com uma prática bastante visível, o duo francês tem produzido mapas e cartas a partir de uma observação política, económica, social e cultural. Analisam visualmente e expõem sob a forma de painéis/murais os resultados dessas investigações.
Uma prática artística que se aproxima de um trabalho de investigação jornalística, com uma obsessão particular sobre tudo que envolve relações de interdependência entre indivíduos, politicas e instituições. Vídeos com carácter documental frequentemente completam as suas instalações artísticas.
Na exposição "Às Artes Cidadãos” que integram em Serralves abordam uma questão de grande atualidade: o desaparecimento global das abelhas e os problemas que isto levanta.
Baseados em dados que certificam a morte das abelhas em massa pelo mundo inteiro, os artistas fazem um apelo à consciencialização de cada um de nós. O que implicaria a falta de polinização feita pelas abelhas, para cada um de nós e, a longo prazo, para todo o planeta?
Com o objectivo de contribuírem para uma possível solução, e em diálogo com especialistas, o colectivo criou uma nova colmeia, que resulta de dois modelos – o tradicional cortiço e a Warré (projetada por um abade do mesmo nome). Esta é a face visível de uma proposta que envolve diferentes departamentos, nomeadamente o educativo, tendo como desejo que escolas, associações e indivíduos adoptem a nova colmeia.
