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Richard
Serra

Remover a obra de arte é destruí-la

Há artistas que nos colocam desafios constantes: esperam mudar a nossa forma de entender o universo e o espaço que nos envolve, obrigando-nos a refletir sobre as razões da nossa incompreensão ou do nosso desconforto.
Richard Serra é um dos artistas da sua geração que fica mais conhecido pelas experiências com o espaço envolvente. Acerca do seu trabalho, falamos de experiências limite, na relação do homem com a sua cidade, levadas a cabo com o auxílio de uma criteriosa documentação, como vídeo e/ou fotografia.
Aumentando a escala e expandindo a relação espacial: cria obras site-specific memoráveis. Arcos alongados orgânicos inspirados em formas da vida quotidiana colocados em espaços que não os esperavam.
Este artista dá origem a uma discussão que ainda hoje faz sentido: até que ponto a obra de arte se pode relacionar com a vida do espaço que ocupa? E deve ser interativa?
"Tilted Arc”, um arco em aço curvado colocado na praça Federal de Nova Iorque, alterou completamente os hábitos de quem usufruía dessa praça, dando origem a processos em tribunal para a peça ser retirada.
Em Serralves, Richard Serra intervém a partir da transformação do Parque, após a construção do Museu. Duas barreiras de aço colocadas frente a frente no antigo caminho junto ao muro exterior, criam uma relação simbiótica com este. Percorrendo o espaço entre as duas placas, seguimos um caminho que não é mais usado com a finalidade que tinha. Esse espaço complementa o aço das barreiras enquanto material e integra a obra, ainda que como espaço residual.

Serralves
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